quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Escritório de Advocacia NÃO é uma Empresa!!!!


            A advocacia é uma profissão que pela natureza de sua função, em si, enseja, uma condição de independência, logo, de caráter liberal, social e autônomo. O advogado faz dois juramentos, um quando sai da faculdade e outro quando recebe a carteira da OAB, em ambos está claro a defesa do estado democrático de direito, dos direitos humanos e dos interesses da sociedade. Além disso, o Estatuto da advocacia prevê em seu artigo 2º, §1º que o advogado é elemento essencial e indispensável à administração da Justiça e no seu ministério privado, presta serviço público e exerce função social. Portanto, não condiz com o exercício desta profissão o objetivo "lucro", assim sendo, um escritório de advocacia NÃO pode ser chamado ou considerado uma EMPRESA! Esclarecido este aspecto de ordem legal..vamos em frente!
            As considerações aqui apresentadas, estão inseridas na condição em que o advogado deseja abrir o seu escritório de advocacia e não depender da situação do advogado empregado.
            O que se pode constatar quanto à formação do advogado no que se refere a constituição do seu escritório de advocacia, é o fato de que este profissional em sua formação cientifica não é preparado para realizar um projeto de gestão de escritório, o que implica no conhecimento sobre as principais políticas de administração de recursos, orçamentos, comunicação, entre outros conhecimentos.
            A competitividade do mercado exige que os advogados estejam cada vez mais preparados tecnicamente em torno do Direito, bem como, tenha conhecimento em outras áreas, principalmente no que tange à administração de um escritório.
            Os dias de hoje requerem do advogado uma maior complexidade de informações e atitudes, e serão estas que determinaram o sucesso de sua carreira diante do mercado de trabalho.
            Certo é que, existem inúmeros fatores que interferem na vida de um advogado em inicio de carreira, mas, nada é mais desconfortável do que a incapacidade de gestão de sua própria carreira, o que muitas vezes, confunde-se com a constituição e administração do seu primeiro escritório.
            O mundo moderno exige uma formação interdisciplinar de todos os profissionais. Os paradigmas da administração, dos recursos humanos, das finanças e principalmente da comunicação são exigidos de forma latente em todas as áreas do conhecimento.
            A sociedade é regida sob a conduta do capitalismo, onde impera a lei do máximo lucro, e a potencialização de despesas e serviços. Tal perspectiva, por natureza, é completamente diversa da conduta e função social que exerce o advogado.
            São condutas inversas, o que se pode aferir em tese, é que a sociedade regida pelo força do capital está em direção oposta a função social do advogado, que não tem qualquer compromisso com o lucro, mas, sim, com o bem estar do seu cliente e o equilíbrio social.
            As comunidades em todos os lugares do mundo são medidas e mensuradas a partir de um conjunto de condutas e atitudes sociais que revelam a sua cultura, sua economia, sua política e o seu modo de vida. Ou seja, por exemplo, o que produzem? Quanto possuem de riqueza? Como se relacionam politicamente?  
            No momento em que, estes conjuntos de atitudes sociais encontram-se guiados por uma conduta moral proveniente do capitalismo, se exigem, em todas as áreas, principalmente no Direito, uma formação cada vez mais qualificada, dinâmica e interdisciplinar. Pois o advogado, que deve exercer uma função social, precisa ultrapassar a questão do lucro ou da potencialização de despesas e serviços, e assim adequar sua atividade profissional diante das realidades de mercado para que possa sobreviver dignamente, com o status social que é merecedor desta profissão tão brilhante, o que é uma tarefa árdua. Mas, não impossível!
            Em nossa coordenadoria na OAB - SP pretendemos auxiliar os colegas na constituição do seu escritório, dotá-lo de ferramentas de marketing e comunicação para que possa embasar suas ações na prospecção de clientes, contem conosco e participem de nossas atividades! A OAB é nossa casa, desfrute desta oportunidade!
                                                                                           Edson Góes Jr.
                                                                         Coordenador de Direito da Comunicação
                                                                               e Marketing jurídico da OAB - SP

Um comentário:

  1. Muito bonito, mas quase utópico!

    Gostei muito desta publicação. Entretanto, na realidade é muito diferente.

    Sobreviver em meio a tanta concorrência com as limitadas possibilidades permitidas pelo Codigo de ética. Soma-se a isso a falta de fiscalização por parte da OAB no sentido de incentivar o advogado que cumpre com as normas éticas. O que mais se vê são propagandas e atividades em desacordo com as normas éticas. Muitos justificam inclusive que se não for assim não dá!

    Como tranformar toda essa tese de postura atividade sem fim lucrativo num mundo totalmente capitalista? como concorrer com bancas e advogados que abertamente não cumprem com o código.

    O advogado, defensor e conhecedor da lei, tem sido em alguns muitos casos o primeiro a não cumprir normas.

    Sinceramente, é muito lindo tudo isso, mas parece muito distante da realidade.

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